Perdido faço o caminho embrenho-me na calçada embalado pela cadência triste dos passos. Suave. Aconchego-me na cantiga inevitável de vida. O lamento do peso temporal que sou. Viajo de mente vazia. Ouço-me. Percorro o repetido padrão como quem busca a leve distracção do calceteiro. Como quem a deseja encontrar. E a tendência é sempre para abrandar. Quase até ao vagueio. Absorvido de som acelero de quando em quando numa simples mudança de ritmo. Não será o que mais nos comove e extasia? O que no fundo nos move? O ritmo? A batida? Dum passeio na calçada dum peito no abraço duma dança no colchão. Impregnados de vida. Sinto-te em ritmo na fronte no peito na pressa súbita dos passos. Um sorriso tira-me do sério e deixo as pedras deixo o chão visito-te num simples fechar de olhos e sorrio-te onde agora moras. Sorrio-te por detrás das pálpebras. Pergunto-me se sorririas se o soubesses. Talvez to diga um dia. Talvez o saibas já ou desconfies que importa? Dá-me a mão para que te furte um beijo. Olha-me no fundo dos olhos… Vês-te?
do It. sbozzo s. m., delineação inicial de uma pintura, escultura ou desenho; bosquejo; fig., resumo; sinopse.
29.1.07
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1 comentário:
Tic tac tic tac...
Percorro com o olhar, o entrelaçado de ruas que nos separam. Subo, desço, páro. Espera. Volto a subir, volto a descer na ânsia de te ver, pelo menos mais uma vez, pelo menos desta vez.
Páro. Escuto os risos das mentes embriagadas, consigo sentir o cheiro das paixões, vejo as tempestades de emoções. Só não te vejo.
O tempo não pára... tic tac...
Avanço sem um sinal teu. Ouço o meu coração que bate mais rápido, quase rebenta e a respiração pára. Todos continuam a rir, ninguém é perturbado pelo meu sufoco, e eu corro para fugir de e para ti.
Tic tac tic tac...
Avisto ao longe a tua silhueta imóvel. Páro. Pareces querer decidir qual das ruas tomar. Corro. Finto-te. Olho-te. Abraço-te.
E ouve-se um último tic tac...
Deixo de ouvir risos, de cheirar paixões e apenas te olho. E tu olhas-me. Seguras-me com força, desejas-me a alma e o corpo. E eu também.
O relógio recomeça, a medo: tic... tac... E cada vez mais rápido começam os risos e os cheiros, as paixões e os amores.
E nesta euforia do recomeço, tu escolhes a tua rua e eu sigo na direcção contrária.
Tic tac tic tac tic tac...
Afinal o tempo não parou...
...afinal o tempo não pára!
One day i´ll be happy!
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