do It. sbozzo s. m., delineação inicial de uma pintura, escultura ou desenho; bosquejo; fig., resumo; sinopse.

18.5.07

Sobra-te o cansaço. Que reste o nada. Disfarça-o de vontade e disfarça-a a essa do que tiver que ser. Um pé depois do outro é o que basta lembrar. Ampara os passos que tiveres que amparar. Não os ampares sempre. Tropeça apenas no necessário não receies o dispensável. Ampara-os todos. Espreme uma mão amiga. Depois dum passo vem outro e depressa vem a corrida. Corre o mundo como um rio sem foz e ao chegares volta a corrê-lo de novo e de novo. Tantas quantas permita o tempo tantas quantas lhe caibam. Agarra-te à alma que és e sabes ao milagre que carregas em forma de cruz e corre. Arrasta-a pelo mundo mostra-lhe o lugar que falha aos olhos. O lugar que se vê da varanda dum olhar. Estrelas dos dias. Espreita por detrás do esvoaçar balançado da cortina que se diria presa à brisa do mundo e sorri-lhe. Ter a audácia de espreitar quem se é no fundo e o quanto no fundo se é. Arrasta-a se tem que ser. Abana-a sacode-a revolve-a enfrenta-a olha-a ao pormenor encontra a estrela que sabes morar onde agora vês a cruz. Conheces-lhe bem a casa… shine.

1 comentário:

sahara disse...

"Ter a audácia de espreitar quem se é no fundo e o quanto no fundo se é."

:)

poder fechar os olhos e imaginar os conselhos que dás. imaginar o corpo a concretizá-los. e a alma a ir atrás, a concretizar-se também. (ou talvez seja ao contrário? malditos ciclos, não se sabe onde tudo começa e nada acaba)

sim, fecho os olhos e estou a correr. não páro.

beijo * :)

riscos