do It. sbozzo s. m., delineação inicial de uma pintura, escultura ou desenho; bosquejo; fig., resumo; sinopse.

25.3.07

É o sal nas faces o sorriso por detrás do palco em que transformas o olhar. O sonho no olhar. Em ti. Como numa criança feliz. É tão cruel tão real. É tão utópico… Tão meu. Foge...

23.3.07

Ouço-te o murmúrio entre o típico caos da cidade. As vidas correm à pressa numa voragem de afazeres. Não se vêem. Entrecruzam-se e não se vêem. Nem que tropecem entre elas. Um murmúrio. É como sempre me chamas… num sopro de luz tão distante da cidade tão aparte o tropel. Apenas nós ligados num murmúrio por entre a nova mudez do caos. Tão soturno e feroz. Preso no próprio mundo. Atiro-lhe o sarcasmo que me merece num sorriso. Sigo-te o sussurro e na certeza dos passos dirijo-me a ti…


A quem por mim perguntar
Sorri apenas e diz:
Hoje foi ver o mar.

21.3.07

Não foi o homem na sua limitação que lançou a semente que criou a flor. Que imaginou a gravidade e brincou com os planetas. Não inventou rios mares montanhas vulcões. Não aqueceu o sol o luar nem deu o azul ao céu ao mar. Não! Não o homem! Não na sua pequenez! Não… Invejou a criação e um dia vingou-se… inventou as palavras. Olhou para lá de si e da existência. Sonhou. E num acto absurdo de poder fez magia e dumas letras nasceu poesia…



Poesia sentimento
indecifrável
Ritmo cadência compasso
Magia encanto inigualável
Sem tempo matéria espaço

Oh poema! satisfação insaciável
És a alma em espelho baço
Meu professor inestimável
Tu me ensinas eu te traço.

20.3.07

Enrolo-me na manta de acordes tecida por dedos ágeis no trémulo tear da viola. Embrulho-me na costura mágica melodia palavras. Repouso as pálpebras na empatia que me assalta de rompante. Enrolo-me… absorvo-me. Sinto-a ao de leve na pele invade-me o corpo. Este aperto nas costelas do abraço. Este sabor agridoce este vício… ouço-a de novo e sabes? Tem o aroma de sempre…

e um suave travo a primavera...

19.3.07

Sais a meio dum sono mal dormido. Onde vais? pergunto sem saber que não voltas. Deixas-me com a vida que é já tua e não emalas. Foges do que és do que nunca soubeste ser do que nunca fui do que não sei ser. Não sei ser mais ou melhor. Já não sei. Desimpedes o caminho que não me deixas fazer e encosto-me ao conforto duma culpa. E não o faço para que a culpa seja tua. Toda tua. Onde foste?

18.3.07

quem é que no fundo pode avaliar um louco ou a sua loucura? quem é que no fundo não o é? e quem não o quis nunca ser?

12.3.07

não sabes?
quando a alma amorna?
Não!?
claro que sabes!
tens que saber…
deves é dar-lhe outro nome.
é como um abraço do sol num dia de primavera depois de teres passado por um parque fresco. um aconchego morno. um bafo de vida.
é... bom!
percebes?
é tipo isso!
Sufoco num choro seco e asfixiante. Um grito de memórias e saudade. De sonhos vazios de vontades que se não têm. Um grito cru. É venenoso é cruel… desarma-me e atira-me à lama. Um frágil e reles calcanhar… E traz a raiva! Que de tantas vezes me visitar quase é da família. Há dias que a trato por tu. E ela ri com aquele riso sarnoso de hiena. Encolho os ombros e abstraio-me por um instante. Concentro-me na paz mergulho um livro. Que boa fuga que instante curto… Doce ilusão de vidas. Ó amigo livro que efémero és…

6.3.07

Olho-te por detrás da janela. Onde sempre te vi. Olho-te e tu olhas-me como a tantos. Vês-me? Nesse teu olhar ternamente perturbante? Esse mel a preto e branco fixo para lá do vidro. Doce como um ocaso de Verão. Morno. Sorris-me sem te dares conta e ao mundo no mesmo instante. Perco-me no poema do teu rosto. No enredo. Tão invisível e real. Tão teu… Leio-te poesia leio-te a prosa. Encanto-me na melodia que decerto és no labirinto de alma onde com gosto me perco. Onde te aprendo e apreendo embalado num longínquo mar de emoções à solta no tempo. Olho-te… e não estás aí…

4.3.07

De sombras se faz o caminho. Sobras de vida. Eternamente condenadas ao escuro espectro que são e à necessidade de luz… à sua ausência… No fundo tal como nós.
Dá-me luz…


sombra
do Lat. *sombrar, de *subumbrare - sub, sob + umbrare, fazer sombra, ou de sub illa umbra, de aquela sombra

s. f.,
espaço privado de luz ou tornado menos claro, pela interposição de um corpo opaco entre ele e o objecto luminoso;
trevas, noite, escuridão;

fig.,
silhueta;
parte escura de um desenho ou quadro;
espírito, espectro, fantasma;
pálida imagem;
ligeira aparência;
catadura;
nódoa, defeito;
pantalha;
solidão;
companhia inseparável;
guarda-costas;
pessoa decadente;
pessoa impertinente que segue outra;
mistério;
véu de tristeza.





1.3.07

no escuro da noite brilha um ponto onde o que somos é tão somente aquilo que desejamos ser… onde o que nos inibe é tão somente o que desejamos ter… e gente nova faz-nos sorrir…

riscos