do It. sbozzo s. m., delineação inicial de uma pintura, escultura ou desenho; bosquejo; fig., resumo; sinopse.

26.10.06

É noite… A cidade dorme embalada por uma chuva triste de Outono. Lá dentro vigilante alguém recorda o quanto aquele cantar fora feliz. A chuva da manhã num dia sem escola. O pensamento livre de amarras a imaginação desmesurada e a inocência. Os sonhos as esperanças as vontades o querer. E a chuva lá fora. E na rosca dos cobertores um universo de criança. Tão enorme. Tão feliz. E no escuro da noite recorda outros dias outras manhãs. Tão escuro. E a chuva insiste em marcar presença. Em se fazer notar no choro triste com que vela a cidade. E antes não velasse. Inunda-lhe a casa. Invade-lhe o espaço a alma o corpo. E o sono tarda. Tarda sempre. Tudo tarda. E chove. Um cantar melodioso triste. Sussurra melancolia a quem a ouve. A quem a não queria ouvir. Sem cessar. Ladainhas prolongadas salteadas em breves iras divinas. Pequenos dilúvios ruidosos rasgam o escuro precipitando-se num estrondo suicida. No chão nos telhados na alma. E esvaem-se no ápice em que surgem levando o sobressalto de vidas intimidadas. O sono tarda quase tanto como o dia. Não pensa. Já não há força. Não há vontade. Chove. A noite chora e não morre.

3 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Sari disse...

emocionada. achei lindo. obrigada pelo que escreves e como escreves e o que fazes sentir e chorar. ou chover.

:)

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Anónimo disse...

i had been there..
mnt bom!!
regards::.

riscos