do It. sbozzo s. m., delineação inicial de uma pintura, escultura ou desenho; bosquejo; fig., resumo; sinopse.

4.11.11



quando à noite o mundo encrua e se faz mais lar e lugar vazio de vidas de gente sabem-se dentro sonhos daqueles de fazer doer por o serem para sempre. sonhos entrescutados por não se saber escutar porque não se quer escutar. já não se consegue escutar. sonhos que entre praguejos temores lamúrias bocejos uivos de carpidar se vazam entornam escorrem todos por sobre a lua cheia nova a desfasar. velozes vagueiam perdidos velados nas noites enormes nos tempos ali quedam ali ficam ali se hão-de quedar o tempo que resta às noites o tempo que ao tempo sobrar. leão de aguçado dente fugido furtado arrancado de sono tirado a gente. mundos de terra e pó entalhes rasgados de tempo estórias caducas estéreis espigas levadas na noite crivadas em traje de breu definham em peito sombrio. num talvez… talvez no teu

haja ao menos e assim valha a cada noite outro sonho


 

5 comentários:

chica disse...

Lindo e bela participação! beijos,chica

... a cada instante ... disse...

De tirar o folego...
Abraço.

Anónimo disse...

Obrigada pelo comentário ao meu post! Mas creio que a vénia seria endereçada antes a ti, este blog é fantástico.

... a cada instante ... disse...

Gosto tanto deste texto que volto cá de vez em quando, como alguém que visita um amigo...

Abraço.

... a cada instante ... disse...

"Quando à noite o mundo encrua..." arrebatador...

Adoro, adoro este texto. Mesmo.

Abraço.