do It. sbozzo s. m., delineação inicial de uma pintura, escultura ou desenho; bosquejo; fig., resumo; sinopse.

23.2.12



As asas geladas de frio. Passo a passo num disfarçado pairar ergue-se a luz caída em manchas na calçada. Passo a passo entre foscos mergulhos de tempo e as asas presas de frio. Do frio que mastiga ossos. Do pálido escuro da noite um precipício de céu. Cristais que podiam ser sonhos. Tão perfeitamente gelados. Esculpidas em plumas. Um perfeito bailar de sonhos. Pequenas farripas de céu. E um silêncio maior que o mundo arremessado pelas fachadas atropelado por sombras a cada fosca mancha de tempo. E sob o pairar sonhos aos montes. Empilhados por todo o lado imersos no frio caiam a noite. As asas vítreas - frágil plumagem. Inutilmente belas. As mãos fechadas em si cheias de si. Braços tombados punhos gelados ensombrado pairar. Gritos estourados contra as fachadas cortantes calados por todo o escuro da noite. Esculpidas a frio. Os olhos presos no alto. Sentidos a cada passo em disfarçado pairar. Segue a dança cresce o manto sem que o olhe sem que o toque. O baile ali. Embalado quando em quando em baços sopros de luzes presas por vidros fartos de tempo. Foscas manchas, precipitados palcos de sombra. Esporas de frio algemas de gelo. A cada passo um pairar de retrato intemporal. O frio coberto na alvura do manto estendido em deslizante bailado na quietude nocturna. A existência em veemente volúpia. Niveal. Florescida. Incendiada de espanto, um tudo todo tão inteiro, tão maior que ser. Incrível fonte de sonhos. Alvas enormes. Envoltas de frágil cristal. Enormes ávidas de nova vida outros voos outras paragens. Lá longe no alto para lá do início das danças espectaculosa imensidão de sentidos.