amavam-se com uma força incontrolável. com um amor que não era deles nem por eles. não se compreendia aquele amor quanto mais a força que carregava. foram feitos um para o outro – ouviam bastas vezes. mas não foram e nem eles o sabiam. presos à força num amor que não era deles. nus na alma e na carne de suores e salivas enrolados rebolados na cama na mesa no soalho. uma força que os grudava um amor inumano sobre-humano não humano. uma sede de pele carne corpo e alma. e o vazio nos olhos nas palavras e no peito. as entranhas revoltadas sem controlo sem razão. e uma força que os colava quase até à fusão. o sangue cozido a quente os corpos cosidos a frio. um ao outro ponto-a-ponto poro-a-poro. a alma rasgada de dor os corpos colados de amor




 

às vezes é-se pequeno demais para os sonhos. o mundo é pequeno demais e sorrir só já não basta. e só amar já não basta. às vezes a vida é pequena demais para os sonhos e vivê-la só já não basta.


às vezes é(-se) demais